(A lenda)
Esta lenda era contada, ou ainda é, para crianças que faziam bagunça ou desrespeitavam os pais - uma forma de controlar as crianças através do medo. Mal sabiam os pais que essa lenda afetaria tanto as crianças que até hoje ainda existe a lenda do Velho do Saco.
Conta a história que quando a criança bagunceira fosse brincar na rua, um velho maltrapilho com um saco, a roubaria. Em versões alternativas, em vez de um velho, era um cigano, e em outras versões o velho ou cigano, levaria as crianças para casa pra fazer sabonetes e botões.
Na Inglaterra o Cordial De Godfrey era uma forma dos pais se livrarem dos filhos indesejados. No início do surgimento da lenda do Velho do Saco, os pais amarravam uma fita vermelha na perna da cama da criança indesejada e o velho do saco passava a noite de casa em casa, se houvesse uma fita vermelha na perna da cama o velho do saco poderia levar embora a criança em questão. Essa história era a versão original da lenda do velho do saco, os pais a usavam para assustar as crianças ou para forçarem as crianças a serem obedientes.
O verdadeiro Velho do Saco Brasileiro
Seu Setembrino da Silva era daquelas pessoas que já são idosas quando os idosos ainda eram jovens. Havia quem o chamasse “Setembrino Matusalém”. Outros, ainda mais maldosos, falavam que se fossem somadas as idades do Seu Setembrino e da Dona Maricota, aquela do Sabão Milagroso, o resultado passava de trezentos anos. Morava numa casinha isolada em uma quadra de terra doada a ele por um compadre, que, aliás, era seu único vizinho. Conhecido pelas invencionices, o velho Setembrino passava dias enfurnado num galpão no fundo do pátio, de onde só saía para comer ou para dormir; o segundo menos que o primeiro. Passado um tempo, o velho aparecia com uma nova criação, que eram coisas interessantes, mas não menos absurdas: um espantalho que se mexia quando os pardais se achegavam na horta, ou sistemas de irrigação, ou alavancas para abrir e fechar o galinheiro ou ainda um distribuidor de ração para os pombos-correio que ele criava. As matérias-primas de suas obras-primas eram coisas que ninguém mais quer. Por isso, quando não estava inventando algo, caminhava pelas ruas da Vila da Pereira – que futuramente viria a ser Pereirópolis – carregando um saco de sucata às costas. Não, não é coincidência: Seu Setembrino deu origem à lendária figura do Velho do Saco.
Jornalismo verdade: O velho do Saco
Chaves - O Velho do Saco Parte 1
Chaves - O Velho do Saco Parte 2